27.11.08
O sol brilhava lá fora. A temperatura amena fazia com que as botas nos meus pés parecessem inadequadas. As malas, pesadas demais para meus braços. E o sentimento, estranho demais para ser verdade. Meus olhos ardiam das lágrimas derramadas na noite anterior. Temia não conseguir dormir, mas apaguei e sequer tive sonhos. A ansiosidade misturava-se com a emoção, com a felicidade, com a vontade de chorar.
Me contive.
Abracei, disse 'até breve' e segui em frente. Queria que tivesse sido fácil assim.
Meus olhos vermelhos atraíam a atenção de curiosos no embarque. Os olhares de pena quase tocaram meu coração. Soubessem eles o meu destino e a pena transformaria-se em inveja.
Meu assento ao lado da janela parecia menor do que me recordava. Será que fui eu que cresci?
A música tocando nos fones enchia meus ouvidos e eu inconscientemente a acompanhava com os lábios em silêncio. Não conseguia pensar em outra coisa, fazer algo diferente. A janela era pequena demais frente à imensidão ao seu redor.
Vejo Porto Alegre de cima e relembro a cena de ver o topo de Paris. Me pergunto se poderei ver algo das janelas na Alemanha.
A música continuava alta, o ritmo mais animado. E me dou conta do que me espera nas próximas horas. Que expectativa.
São 10 horas e os ouvidos começam a sentir a pressão. É hora de pousar no aeroporto de São Paulo, do qual já guardo tantas recordações de noites em claro após conferências da AIESEC. Serão algumas horas de espera. É bom para colocar os pensamentos no lugar.
Desde pequena sonhava em ser independente, viajar sozinha. Me sinto tão importante. Que felicidade.
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2 comentários:
Mas ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh
Frio Rulez!!!!!
Aprendi muito
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